13 de agosto de 2009

A caça #1 – Talento vs Oportunidade.


Olá gente, aqui minha primeira crônica pro blog, não sei se está boa pois é a primeira, eu que sou acostumado com biografias, enfim, eu falei sobre os caras de talento que não sabem aproveitar e como aproveitá-lo, para ver tudo clique aí em leia mais...

Quem conhece o Ricardo – administrador do blog – sabe o quanto o cara é “persistente” (lê-se: chato), quando ele te pede algo só pára quando você cede... Dia desses em conversas de MSN ele me indicou o livro A Hora Do Vampiro, do autor Stephen King, o mesmo que escreveu A Especa De Um Milagre, pois bem, eu encontrei do livro, li, e gostei. Então para satisfazer meu amigo disse a ele sobre o livro... E ele me indicou outro livro do Stephen... A Dança Macabra. Como eu tinha gostado do outro, então logo comprei A Dança Macabra, e recomendo para vocês, e neste livro, numa de suas 300 e outras páginas, o autor brindou-me com um pensamento brilhante em dois segmentos, os quais podem ser associados ao wrestling, e repassarei a vocês...


“Acredito que se tornar um escritor (ou pintor, ator, diretor, bailarino, e etc) é o resultado direto de uma vontade consciente. Naturalmente, tem de haver algum talento envolvido, mas o talento é um produto baratíssimo, mais barato que sal de cozinha. O que separa o indivíduo talentoso daquele bem-sucedido é muita dedicação aos estudos e muito trabalho duro; um processo constante de aperfeiçoamento. Talento é uma faca cega que não corta nada, a menos que seja empunhada com muita força – uma força tão grande, que a faca não está propriamente cortando, mas golpeando e quebrando (e, depois de dois ou três desses violentos golpes, ela pode vir a quebrar-se... pode ter sido o que aconteceu a escritores tão distintos quanto Ross Lockridge e Robert E. Howard). Disciplina e trabalho constante são as pedras de amolar sobre as quais a faca cega do talento é trabalhada até ficar afiada o suficiente, espera-se, para cortar até a carne e a cartilagem mais rígida. Nenhum escritor, pintor ou ator – nenhum artista – foi presenteado com uma faca previamente amolada (ainda que umas poucas pessoas possuam facas absurdamente grandes; costumamos chamar o artista com a faca enorme de “gênio”) e nós a afiamos com diferentes graus de zelo e aptidão”.


Obviamente que este trecho é genial, mas transferimos isto para a nossa linguagem, a do wrestling, e vamos trabalhar este texto apenas baseando-se nesta citação do livro de Stephen.

Existe sempre o assunto do momento, e ele é sempre influenciado de acordo com a necessidade atual, seja a gripe suína, dólar, e etc. Neste nosso mundo do wrestling o assunto do momento é a tal renovação de wrestlers, a renovação que acontece praticamente de 10 em 10 anos, quando se necessita de novos wrestlers capacitados para substituir os atuais campeões, pois a imagem já está gasta, e a habilidade não é a mesma. No que a citação de King interfere neste assunto? Na minha opinião ele praticamente descreveu o meu pensamento de como se faz para se chegar ao topo, e assim conseguir fazer a tal renovação, e também explicou o porque de certos wrestlers viverem eternamente no midcard.

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Falando abertamente de wrestling mundial, é inegável que todos os holofotes estão voltados a WWE, que diria eu, a melhor empresa quando se pensa em entretenimento, pois apesar dos pesares, suas storylines são melhores, e seus personagens mais íntimos do público. Atualmente o problema que temos é nítido, se pegarmos uma edição da Raw de Agosto de 2007 iremos encontrar algo bem semelhante com o que encontramos em Agosto de 2009, com pequenas diferenças. Ou seja, está na hora de colocar novos e jovens talentos para brilhar.

Mas como King disse, talento é apenas um quesito, o que importa mesmo é o trabalho. Por que vocês acham que temos John Cena no Main Event? Ele tem seu talento para entreter, de fato, mas no ringue fica a desejar... Mas trabalhou, e muito, diga-se de passagem. Por acaso conhecem a história de Triple H? O homem continuou uma luta em condições extremas. Mas a questão é que atualmente os jovens talentos acreditam que apenas tendo o talento se chega ao topo. Se for para citar grandes talentos do wrestling atualmente, eu poderia citar vários wrestlers, Kofi Kingston, Santino Marella, Charlie Haas, mas isto eu digo de habilidade no ringue, claro que existem as federações do circuito independente, realmente eles trabalham, e até trabalham muito, mas todos que hoje brilham de lá vieram.

Muitos se queixam do fato de wrestlers de mid card amargarem no midcard, mas vamos trabalhar sobre wrestlers que lá estão e nunca mais saíram...

Shelton Benjamin.

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Começou na WWE tendo um grande impulso, não demorando muito tempo para se juntar a Charlie Haas e Kurt Angle, formando o team angle – sendo esta junto de Charlie Haas. Shelton ganhou um grande destaque nesta tag team, com grande habilidade vinha brilhando cada vez mais, principalmente em época que tínhamos Eddie Guerrero, Angle, Lesnar, e Benoit, grandes nomes do wrestling. Que Benjamin possui um grande talento para o wrestling isto é inegável, atualmente do roster da WWE ele é o que possui uma das melhores ring skills. Porém não evoluiu. Não está hoje no Main Event por causa dos bookers que não deram um push a ele, ou por que se acomodou? Sinceramente acredito que seja acomodamento por parte de Benjamin, a mim ele parece ser o tipo de cara que vê que luta bem e acha que apenas isto basta, no entanto ele está na empresa que mais exige de múltiplo talento. Onde está a sua capacidade de falar com o microfone em mãos? Já se passaram anos e ainda está na mesma. E nem adianta falar que não teve chances, no começo deste ano de 2009 a WWE o botou frente a Undertaker a altura do Royal Rumble, de lá se ele tivesse mesmo evoluído poderíamos ter uma feud, quem sabes, até pra wrestlemania... Shelton teve a chance que meio mundo pediu a Deus, e ainda assim não soube aproveitar, se não trabalhar, não evoluirá, e logo não chegará ao topo.

Kofi Kingston

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Este de todos é o caso mais curioso, o cara realmente é bom, ele manda muito bem no ringue... Porém... Como pode um sujeito querer brilhar na WWE, uma federação americana, e não tentar desenvolver o inglês? Sim, é isto mesmo, se bem podem notar Kofi praticamente não pega no microfone, ou senão nunca nem pegou. Um cursinho de inglês nem ia mal para alguém que queira sair do midcard. Kofi tem talento, mas acredita que apenas lutando dá para se tornar um Main Event de Wrestlemania...



Estes são dois exemplos nítidos do presente, de fácil entendimento de todos. Mas isto não é de hoje, no passado tivemos casos no passado de wrestlers que permaneceram no midcard, e possuíam grande talento, e também trabalhavam muito... Porém tinham a pior doença dos eternos midcards, o personagem perdido! Um destes foi Brutus Beefcake. Vocês já viram o filme Edward, o mão de tesouras? Então, Beefcake seguia nesta gimmick, sendo maestro em hair vs hair match, sua tesourinha deixou vários wrestlers antes cabeludos em wrestlers carecas. Beefcake tinha boa influência junto de Hogan, tendo feito inclusive tag team algumas vezes... O homem já não tinha muita qualidade no wrestling, mas creio eu que se ele realmente queira ser o world champion não pode se prestar a todo e qualquer tipo de gimmick. A credibilidade do cinturão é jogada pelo ralo. Num caso atual foi Hornswoggle sendo o cruiserweight champion... Nesta mesma linha de personagens não tão credíveis temos o Honky Tonk Man, o maior intercontinental champion de todos os tempos.

Outro grande problema dos eternos wrestlers de midcards é que eles não sabem esperar, e então optam por mudar de companhia, ou então possuem problemas nos backstages da empresa. Um caso recente é o de Mr. Kennedy, outro então, o mais clássico de todos, Scott Hall. Um wrestler envolvido em casos de quebra de kayfabe, drogas, entre outros, nunca pode ganhar um título mundial por causa disto, justamente disto, como será campeão um homem destes? Qual a moral da federação? Quase o mesmo que estava acontecendo com Jeff Hardy no ano passado... Como disse Stephen King, ter talento é uma coisa, mas você deve trabalhá-lo e saber como conduzi-lo, caso contrário, é um simples cara sem talento.

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